Desde o início desta dolorosa jornada em busca de justiça, minha indignação em relação ao nosso judiciário tem crescido. Tudo começou com uma simples audiência marcada para o dia 03 de novembro às 8 horas da manhã. Parecia ser o primeiro passo para a resolução do trágico acidente de trânsito que tirou a vida do meu esposo. No entanto, o destino e as circunstâncias tinham outros planos.
Naquele fatídico dia de novembro, nossa esperança de obter justiça foi abruptamente adiada. O governador decretou ponto facultativo, o que levou à remarcação da audiência para março de 2024. A sensação de impotência que senti naquele momento é indescritível. Como se já não fosse difícil lidar com a perda do meu amado esposo, agora tínhamos que enfrentar a agonia de esperar ainda mais por uma resposta, por uma resolução.
É nessas horas que não posso deixar de pensar em todas as vidas perdidas no trânsito, todas as famílias que esperam por justiça. Cada morte no trânsito torna-se apenas mais um número nas estatísticas, um registro frio de uma tragédia que destrói vidas e corações. A sensação de impunidade que isso gera é avassaladora e, infelizmente, vivenciamos essa realidade em primeira mão.
Dois longos anos se passaram desde o dia em que meu esposo foi tirado de mim de forma tão injusta e brutal. Nesse tempo, a busca por justiça tem sido uma montanha-russa emocional, repleta de altos e baixos. Nossos dias têm sido marcados por incertezas e a constante lembrança de que o culpado continua impune.
Não consigo evitar a sensação de que o sistema judiciário, que deveria ser a pedra angular da justiça, muitas vezes deixa a desejar. Os atrasos, as remarcações, as burocracias - tudo isso torna a luta por justiça uma batalha exaustiva e frustrante. No entanto, é importante lembrar que não estamos sozinhos nessa jornada. Muitas outras famílias enfrentam desafios semelhantes em busca de justiça para seus entes queridos.
Nossa esperança continua firme, apesar de todas as adversidades. Acreditamos que, no final, a justiça prevalecerá, que o responsável será responsabilizado por suas ações e que meu esposo poderá finalmente descansar em paz. Enquanto isso, continuamos nossa luta, na esperança de que nosso sistema judiciário seja aprimorado e que casos como o nosso não enfrentem mais obstáculos tão angustiantes.
Em última análise, esta é uma história de resiliência, determinação e o desejo inabalável de encontrar justiça. Não importa o quão longa seja a espera, continuaremos a buscar a verdade e a justiça que meu esposo merece.
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