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Sobreviventes enfrentam jacarés e sucuri após pouso forçado na Amazônia boliviana

Após uma pane no motor, cinco ocupantes de uma aeronave ficaram 36 horas ilhados sobre o avião em um pântano, cercados por animais selvagens, até serem resgatados por pescadores locais e levados por helicóptero para avaliação médica

Por: Bruna Bárbaro Fonte: News Rondônia
03/05/2025 às 11h12
Sobreviventes enfrentam jacarés e sucuri após pouso forçado na Amazônia boliviana

Um grupo de cinco pessoas viveu momentos dramáticos após a queda de um avião de pequeno porte na selva amazônica da Bolívia. A aeronave, que decolou da cidade de Baures em direção a Trinidad, capital do departamento de Beni, sofreu uma pane no motor e foi obrigada a realizar um pouso de emergência em uma região alagada e de difícil acesso, próximo ao rio Itonomas.

A bordo estavam três mulheres, uma criança e o piloto, Andrés Velarde, de 29 anos. Eles passaram 36 horas isolados sobre o avião, que permaneceu parcialmente submerso em um pântano conhecido por abrigar jacarés, sucuris e outras espécies selvagens. Durante todo o tempo, os passageiros se mantiveram sobre a fuselagem da aeronave, sem acesso a água potável e cercados por animais perigosos.

Segundo relatos do piloto à imprensa boliviana, os répteis se aproximaram a menos de três metros do grupo. Ele suspeita que o vazamento de combustível da aeronave tenha ajudado a manter os predadores afastados. Ainda assim, uma sucuri chegou a ser vista deslizando pela água próxima ao local.

Sem condições de buscar ajuda, os ocupantes sobreviveram com uma pequena quantidade de farinha de mandioca levada por um dos passageiros. “Não podíamos beber água, nem sair dali por conta dos jacarés. Estávamos ilhados”, disse Velarde, visivelmente emocionado após o resgate.

O avião ficou desaparecido por cerca de 48 horas. Uma operação conjunta de busca e salvamento foi iniciada pelas autoridades locais, mobilizando equipes terrestres e aéreas. O grupo foi finalmente localizado por pescadores da região, que avistaram a aeronave parcialmente encoberta pela vegetação alagada. O resgate foi concluído com o envio de um helicóptero que transportou os sobreviventes para um hospital da região.

Wilson Ávila, diretor do Centro de Operações de Emergência de Beni, afirmou que todos foram encontrados em “excelentes condições físicas”, apesar do grande risco enfrentado. Já o diretor regional de saúde, Rubén Torres, destacou a importância da ação coordenada das instituições: “Houve muita especulação durante o desaparecimento, mas o que importa é que, ao final, conseguimos unir esforços e salvar essas vidas”.

O caso serve como alerta sobre os riscos enfrentados em voos de pequeno porte na Amazônia, onde as vastas áreas alagadas e a densa floresta tornam operações de resgate ainda mais complexas. Especialistas também apontam a necessidade de reforçar as inspeções técnicas e os protocolos de segurança para aviões que operam em áreas remotas.

Com informações do G1 e BBC.

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