Abandonado pelos pais e torturado pelos tios, o bebê Everton Gabriel da Silva, 2 anos, não resistiu aos maus-tratos e acabou morrendo na manhã desta terça-feira (10) na UTI do pronto-socorro da Criança. Médicos da unidade hospitalar disseram que o bebê chegou ao local com hematoma cerebral e isquemia, e tinha marcas de unhas no pescoço.
A autoria do espancamento está sendo atribuída ao tio Patrick Macedo Bastos, 23 anos, e à tia de 20 anos. As agressões e torturas sofridas pela criança eram frequentes. De acordo com o que foi apurado pela polícia
No dia 4 deste mês, mais uma vez a criança sofreu agressões. De acordo com o suspeito, desta vez foi pelo fato da criança ter feito necessidades fisiológicas no chão da casa em que morava.
Patrick foi preso nesta segunda-feira (9), após se apresentar à polícia acompanhado por dois advogados. Ele estava sendo procurado por policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca).
Na delegacia, ele relatou que no dia 4, ao chegar do trabalho, ficou sabendo que a criança tinha feito cocô na sala da casa. Isso o deixou muito aborrecido.
De acordo com a mulher, Patrick levou o bebê para o banheiro e o espancou violentamente. A criança chegou a cair várias vezes e bater com a cabeça no chão. No dia seguinte, a criança começou a ter febre e convulsionou. Ela deixou de se alimentar, pois a sua boca apresentava vários ferimentos internos.
Ainda conforme a delegada, a criança deu entrada no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, com sinais de agressões físicas, e já foi levada para a sala de reanimação com parada cardíaca. De acordo com Joice Coelho, posteriormente, ela foi transferida para o Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Leste, onde passou por uma neurocirurgia.
Segundo a titular, dado ao quadro de saúde da criança, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) foi acionada e conduziu a tia da vítima até a sede da Depca para prestar esclarecimentos, onde ela relatou que a criança estava sob a sua tutela havia três meses devido à genitora dela ser ausente.
A mulher disse ainda que antes dela ficar com o bebê, ele passou pela casa de outros familiares, mas ninguém quis se responsabilizar por ele.
A mulher atribuiu a Patrick a agressão no dia 4, devido a criança ter feito as suas necessidades fisiológicas no chão da residência do casal. Este, por sua vez, a agrediu fisicamente.
Além disso, a tia da vítima contou que a criança teria feito a mesma coisa outras vezes e ambos reagiram de maneira violenta com ela.
Além de ter atribuído a culpa do ocorrido ao seu companheiro, também confessou que teria agredido a criança em outras ocasiões.
A delegada disse que diante da gravidade dos fatos, representou pela prisão temporária do casal. Mas só foi concedida a Patrick. Ele já responde na justiça pelo crime de associação para o tráfico. "Não há dúvidas de que ambos são responsáveis pela agressão", disse a delegada.
Joice Coelho disse que as investigações vão continuar e que os pais e os tios serão ouvidos e que cada um vai ser responsabilizado.
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