A atual situação do rio Madeira é crítica e tem gerado granes preocupações diárias. Com o baixo nível da bacia, o transporte de cargas tem sido afetado e as grandes indústrias temem um desabastecimento dos combustíveis no estado.
Fontes do jornal garantem que o desembarque do gás de cozinha, por exemplo, já não deve ser feito mais em Porto Velho, devido as condições precárias do rio. As botijas seriam descarregadas em Humaitá e trazidas para a capital através de carretas e caminhões. Um decreto, que regulamenta essa medida, deve ser publicado pelo governo do estado ainda esta semana.
De acordo com a assessoria do Porto de Porto Velho, as consequências com a seca são grandes. As balsas e barcaças tiveram que reduzir o transporte de produtos em 50% nesse período de estiagem.
Além disso, o tempo de viagem também dobrou. No período de inverno, quando o rio está em um nível mais alto, as balsas e barcaças levam entre 4 e 5 dias para transportar produtos de Porto Velho a Manaus.
Já nesta forte estiagem, os armadores estão levando de 10 a 12 dias para transportarem cargas de Porto Velho a capital do Amazonas.
Essa demora no transporte tem influência também da portaria da Marinha do Brasil, publicada em agosto deste ano. O documento proíbe a navegação noturna devido aos riscos de acidentes no trecho fluvial. Com isso, os transportes de cargas só podem ser feitos durante o dia.
Ainda segundo a assessoria de comunicação do Porto, aproximadamente 10 pontos até o Foz do Rio Madeira, estão em estado crítico de navegação, com bancos de areia e pedrais por todos os lados.
Em nota divulgada na semana passada, a Federação das Indústrias de Rondônia (FIERO) disse que com o atual cenário, a iminência do desabastecimento de combustíveis e gás de cozinha tem sido motivo de preocupação.
Segundo a instituição, embarcações que saiam com 5 milhões de litros de combustível, por exemplo, hoje só conseguem navegar com a metade da carga.
Depois de atingir a cota de 1,08, no último domingo (08), o nível do rio Madeira nesta terça-feira (10) é de 1,20 metro.
Na segunda-feira (9), a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos do Rio Madeira.
A medida visa intensificar os processos de monitoramento hidrológico do Madeira, identificando impactos sobre usos da água e propondo eventuais medidas de prevenção e mitigação desses impactos em articulação com diversos setores usuários de água.
Qual a justificativa da seca?
Segundo especialistas, o fenômeno chamado de El Ñino, formado no Oceano Pacífico, é um dos principais causadores de todo esse cenário.
“É um El Ñino de forte intensidade que se evoluiu no Pacífico e, somado a ele, nós temos as temperaturas das águas do Oceano Atlântico que também estão mais aquecidas que o normal. Então esses dois fatores estão favorecendo que haja menos chuva no estado”, disse Luiz Alves, meteorologista do Sipam.
Mín. 22° Máx. 25°