O governo Lula (PT) fez uma alteração no Fies (Financiamento Estudantil) e estipulou a retomada de financiamentos de 100% das mensalidades de cursos superiores em instituições privadas. Batizado de Fies Social, é voltado para estudantes de baixa renda.
As mudanças vieram em uma resolução publicada no "Diário Oficial" desta sexta-feira (16). A medida já havia sido anunciada pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Essa é uma tentativa de turbinar o Fies, que tem sido enxugado desde 2015, após descontrole de gastos com o programa. No ano passado, foram 50.360 contratos e, em 2022, 50.914.
São elegíveis ao Fies Social jovens de famílias inscritas no CadÚnico, o cadastro federal para programas sociais, e com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Metade das vagas oferecidas em cada processo seletivo terá esse foco.
Também há previsão de reserva de vagas para estudantes autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas e de pessoas com deficiência, de acordo com a proporção na população da unidade da federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do IBGE.
O modelo estará disponível a partir do 2º semestre de 2024. O acesso ao financiamento é feito por meio de uma plataforma específica em que estudantes usam a nota do Enem para ingresso. O governo divulgou que mais de 100 mil estudantes podem ser beneficiados, mas não especificou o número de vagas neste ano.
A gestão Lula retoma esse financiamento de 100% do curso que havia sido eliminado em 2015. O Fies viveu auge de número de beneficiados entre 2012 e 2014, quando chegou a oferecer 732 mil novos contratos no ano.
Esse salto, que representou grandes lucros para empresas educacionais, ocorreu de maneira descontrolada, afetando contas públicas e gerando alta inadimplência. Desde então houve uma série de mudanças. Na prática, a possibilidade de financiamento foi minguando ano a ano.
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